O TPM é um modelo de gestão abrangente que busca a excelência administrativa e produtiva,
com o objetivo de reduzir custos, elevar a produtividade, melhorar a qualidade dos
produtos e serviços, garantindo a melhoria contínua da competitividade da empresa.
A sigla TPM vem do termo em inglês “Total Productive Management”,
que traduzindo para o português significa Gestão Produtiva Total.
As bases do TPM são a capacitação funcional e o trabalho em equipe,
tornando as pessoas capazes de entenderem e otimizarem o trabalho
que realizam. O TPM envolve gradativamente todas as pessoas e busca integrar todas as
ferramentas e programas de melhoria de desempenho existentes na sua empresa.
A implementação do TPM é suportada pelas atividades de oito pilares de
sustentação, sendo cada pilar responsável por desenvolver um
subsistema de gestão, de forma integrada aos demais subsistemas.
Embora se tenha criado um paradigma equivocado de que TPM é uma nova
técnica ou ferramenta voltada à manutenção dos ativos das
empresas, ou até esmo uma ferramenta do Lean Manufacturing, sendo
tratado no mesmo nível de Setup e 5S, saiba que o TPM é muito mais do que isso, e vem evoluindo,
sendo desenvolvido ao longo de mais de três décadas, expandindo sua
atuação dentro e fora da empresa. Isso torna o TPM capaz de proporcionar
melhoria nos resultados de todos os setores da empresa e não somente da Manutenção.
A melhoria do desempenho da empresa ocorre através do estabelecimento de
processos administrativos e produtivos livre de perdas. Como mostrado na figura
ao lado, o processo produtivo não depende única e exclusivamente da
processo de manutenção, sendo influenciado por outros processos.
Percebendo isso, a partir da metade da década de oitenta do século
passado, muitas empresas pelo mundo iniciaram a implementação dos
conceitos TPM em toda a empresa. A partir dessa data a definição do TPM
foi modificada, passando a serem utilizadas as doze novas etapas de
implementação do TPM.
A ampliação da abrangência do TPM, além do processo de manutenção, passa a ser uma
necessidade. O desenvolvimento dos demais processos, tanto produtivos
quanto administrativos são, desde então, tratados dentro das
atividades dos oito pilares do TPM.
O TPM teve origem no Japão, na empresa Nippondenso Co, no século passado, no início da
década de 60, com o objetivo de viabilizar o modelo Just in Time
do Sistema Toyota de Produção, através da melhoria da confiabilidade dos equipamentos. Em 1969, o
programa recebeu o nome de "Total-member participation Preventive
Maintenance" (Manutenção Preventiva com a participação de Todos),
que foi abreviado como TPM. No ano de 1971, a Nippondenso Co recebeu
o prêmio "PM Award", que era, desde 1964, conferido às empresas que
conseguiam estabelecer a excelência em seu sistema de Manutenção Preventiva.
Durante a implementação do TPM, a Nippindenso Co. recebeu suporte do
JIPE (Japan Institute of Plant Engineers), instituto que em
1981 deu origem ao JIPM (Japan Institute of Plant Maintenance).
Desde então, o JIPM vem desenvolvendo o TPM, dando suporte à
implementação nas empresas japonesas e empresas de diversos outros
países.
No início, a metodologia focava a manutenção dos equipamentos, com o
objetivo de eliminar as perdas geradas pelos mesmos. Como uma
empresa é um organismo complexo, a melhoria dos resultados da
manutenção foi sendo limitada pela interface com os demais setores
da produção, gerando a necessidade de evolução da abrangência dos
princípios básicos do TPM aos demais setores da produção. Assim, em
1989, a definição do TPM foi revisada e o TPM passou a abranger
todo o setor de Produção, passando a focar o todo o Processo Produtivo
e a eliminação de todas as perdas desse processo, além das perdas
dos equipamentos.
Nos dias atuais, evoluindo da mesma forma, o TPM passou a englobar todos
os setores da empresa, estabelecendo um sistema de gestão totalmente
integrado, focando o atendimento às diretrizes do negócio da empresa,
passando a contribuir com todos os setores, além da manutenção,
tendo o método recebido contribuições das empresas onde vem sendo
implementado e de todas as divisões da JMA (Japan Management Association).
Além do JIPM, que detém os direitos autorais da marca TPM, os conceitos TPM
são mundialmente difundidos pela JMAC (Japan Management Association Consultants),
que, assim como a JIPM, faz recomendações ao "TPM Award" (Premiação
concedida como reconhecimento às empresas que obtiveram excelentes
resultados com a correta implementação do TPM).
Em 2005 foi criado, à partir do JIPM, o JIPM Solutions Company Limited, ou
JIPM-S entidade agora com fins lucrativos,
voltada ao fornecimento de consultoria e treinamento para a implementação do TPM.
Desde a criação do JIPM-S o curso para formação de Instrutores TPM, ou TPM
Instructors Course, foi extinto, passando o JIPM-S a fornecer apenas
treinamentos "in company" para seus clientes.
Com o encerramento das intensas atividades do JIPM no Brasil, a informação sobre TPM ficou
limitada e, juntamente com a falta de entendimento da simplicidade do TPM, muitas empresas de consultoria acabaram
criando suas próprias versões, ou distorções, do TPM, fazendo com que muitos acreditem que existam "versões evoluídas" do TPM.
Se você já ouviu a frase "TPM é um programa que traz resultados em médio e longo prazos", desconfie !
Se você está implementando TPM há mais de seis meses e ainda não obteve
melhorias significativas no resultado, comece a desconfiar que o
que você está fazendo é qualquer outra coisa menos TPM !
Ao contrário do que muitos pregam, TPM traz resultados imediatos à empresa, tão
logo suas atividades têm início. Já nos primeiros dias é
possível perceber mudanças consideráveis no ambiente de trabalho.
Em seis meses é normal que as falhas tenham sido reduzidas em
50%. Em dois anos é possível ter reduzido seus custos de
conversão em 20%. Em três anos é possível ter dobrado sua
capacidade de produção sem investimento em novos equipamentos e instalações.
No TPM, os resultados são medidos dentro de seis dimensões: Produção,
Qualidade, Custo, Entrega, Segurança e Moral.
Deve haver um equilíbrio entre essas seis dimensões. De nada adianta ter
a melhor produção se os custos forem maiores que o de seus concorrentes.
Da mesma forma, sua empresa não existirá se tiver o menor custo e a
melhor qualidade e não conseguir atender as necessidades de prazo de
entrega de seus clientes.
Além de medirem o resultado final, esses indicadores servem para
avaliar o desempenho de todas as etapas da cadeia produtiva. Embora
algumas dessas dimensões não sejam visíveis, ou tangíveis, ao cliente,
o equilíbrio entre essas dimensões de indicadores de desempenho,
determina o nível de produtividade da empresa.
Abaixo, temos alguns exemplos de resultados obtidos após 24 meses por empresas que implementaram o TPM.
Elevação da Produtividade em 200 %
Redução de 95 % das Falhas de Processo
Elevação do OEE em 200%
Redução de 90% dos Defeitos
Redução de 80% das Reclamações dos Clientes
Redução de 30% do Custo de Transformação
Redução de 45% do custo de manutenção
Redução de 50% do estoque de materiais
Redução de 60% do estoque de produto em processo
Redução de 90% do Lead-time da produção
Eliminação dos acidentes com afastamento
Eliminação dos acidentes ambientais
Eliminação da Poluição
Elevação do Número de Sugestões de Melhoria
Redução do absenteísmo
Uma empresa para ser bem sucedida e se manter em um mercado
cada dia mais competitivo depende fundamentalmente de um
excelente Planejamento Estratégico, com visão de longo
prazo, e de Capital Humano e Processos capazes de atender as
iniciativas determinadas no Planejamento Estratégico.
O TPM atua na capacitação contínua das pessoas, como o
objetivo de desenvolver processos administrativos e
produtivos focados na geração de valor para o cliente, de
forma totalmente alinhada aos Objetivos Estratégico da empresa.
A fim de elevar a competitividade da empresa, o TPM se baseia na cultura de gestão,
envolvendo todos os níveis funcionais, atuando fortemente na melhoria da eficiência dos processo
produtivo e administrativo, focado na redução de custos.
Reduzindo Custos
A redução dos custos ocorre naturalmente através da redução das
perdas. Além dessa redução natural, através do TPM, a empresa desenvolve
a cultura de promover melhorias no processo. Através
das atividades do pilar Melhorias Específicas, são
definidas metas de melhoria a serem alcançadas em
todas as áreas, sendo utilizada a metodologia Kaizen para
otimização dos processos, focando a redução contínua
dos custos, de forma a não prejudicar os demais
indicadores de desempenho, como Qualidade, Entrega,
Segurança, Moral.
Elevando a Eficiência
Quanto custa para a empresa a perda de um ponto percentual de
eficiência ? Agora pense o contrário. A cada
ponto percentual que a empresa conseguir elevar sua
eficiência, os custos fixos equivalentes são
convertidos diretamente em lucro. A utilização plena
dos recursos é o principal fator determinante da
competitividade e lucratividade da empresa.
Reduzindo o Lead Time
A estratégia do TPM é tornar a empresa mais ágil e
dinâmica, o que implica na necessidade de estabelecer
processos enxutos. Um processo enxuto nada mais é do que um
processo isento de perdas. Quanto menos perdas a empresa
tiver, menor será o tempo order to cash. Podemos
assim dizer que menor será o lead time da produção,
maior será o giro do capital e, consequentemente, maior será
a geração de lucro.
O segredo do sucesso do TPM está trabalho árduo e focado na redução de perdas.
Se pensarmos em Perdas como sendo tudo aquilo que não agrega valor, veremos que
o grande diferencial competitivo das empresas, em relação ao processo de produção,
está na capacidade de prevenir e eliminar perdas.
Ao contrário do que muitos pensam, as grandes oportunidades de redução de perdas
não estão apenas no setor produtivo e, em especial, nos equipamentos. Os processos
administrativos geram muitas perdas e influenciam fortemente nos custos. O TPM atua
simultaneamente no combate às perdas nos processos produtivo e administrativo.
No Sistema Toyota de Produção, segundo Taiichi Ohno, as perdas são classificadas em
sete grupos, conhecidos como sete grandes desperdícios, que comprometem o Lead Time
da Produção. No TPM essas perdas também são trabalhadas, porém de uma forma mais
detalhada, tornando a sua eliminação mais efetiva.
O grande diferencial do TPM é o nível de detalhe no qual as perdas são abordadas.
Todas as perdas possuem uma metodologia própria e adequada para seu combate.
Grande parte dos sete desperdícios de Ohno ( Superprodução, Estoques, Movimentação,
Processos Inadequados e Transporte) são eliminados simplesmente pela revisão do
Projeto de Manufatura e/ou Layout da empresa. O grande problema a ser combatido
são as perdas geradas pela inexistência, inadequação ou descumprimento de rotinas
de trabalho e falta de capacitação adequada das pessoas que operam, mantêm e administram a empresa.
O segredo do sucesso na implementação do TPM está na criação, estabelecimento e
controle de rotinas eficazes, capazes de eliminar as circunstâncias propícias à geração de perdas.
No TPM, as perdas estão estruturadas em dois grandes grupos: Perdas Inerentes ao Processo e Perdas
Não Inerentes ao Processo.
As perdas não inerentes ao processo são conseqüências das falhas ocorridas nos processos produtivo e
administrativo e podem ser totalmente eliminadas. As Perdas Inerentes ao processo, por sua vez, como
o próprio nome diz, não são possíveis de serem eliminadas, mas podem ser reduzidas a valores mínimos
através de melhorias no Sistema HSH (Humanware, Software e Hardware).
Essa classificação torna mais fácil a determinação da forma como a perda será abordada,
para que seja eliminada ou minimizada, e a sua reincidência prevenida.
O primeiro passo no combate às perdas é conseguir enxergá-las. A idéia principal na identificação e
combate às perdas é trabalhar duas dimensões: tempo e custo.
Muitas vezes uma perda não altera em nada o tempo. Isso faz com que as pessoas sequer consigam enxerga-la,
tornando mais difícil de identificar e consequentemente eliminar, porém nenhuma perda escapa da dimensão
custo, pois todas geram a elevação dos custos da empresa.
A visualização das perdas é feita através dos indicadores de desempenho do processo. A grande maioria
das empresas se perde por não saber determinar os indicadores adequados. O maior erro cometido em função
desse desconhecimento é a determinação de um número exagerado de indicadores. Isso, ao invés de ajudar,
acaba contribuindo para a geração de mais perdas, pois, além de tirar o foco gerencial, necessita de uma
grande estrutura para viabilizar o seu controle.
Para que se tenha uma idéia, indicadores simples e amplamente utilizados como o
OEE (Overall Equipment Efficiency), ou Eficiência Global dos Equipamentos, são
normalmente mal interpretados e distorcidos pela grande maioria das empresas. ,
Poucas são as empresas, tanto no Brasil quanto no resto do mundo, que medem o OEE
corretamente. A Advanced C&T orienta seus clientes na definição correta das perdas
e no estabelecimento de indicadores de desempenho mais adequados, em função da
estratégia e da fase de implementação do TPM.
O JIPM sugere que o TPM seja implementado em doze etapas, objetivando ao final da
décima primeira etapa que a empresa esteja apta a concorrer ao prêmio TPM Award.
A idéia de concorrer ao prêmio tem como objetivo verificar a consistência metodológica
e consolidar todo o processo de implementação do TPM.
Declaração da Diretoria da iniciativa de implementar TPM
O sucesso ou fracasso do TPM depende da determinação da alta administração da empresa.
Essa etapa é vital pois a implementação do TPM mudará a forma de trabalho das pessoas e,
em alguns casos, até a estrutura administrativa da empresa. Deve haver comprometimento e
determinação por parte da alta administração para que o TPM seja bem sucedido.
Os casos bem sucedidos de implementação do TPM, em toda a sua essência, são sempre
aqueles onde a alta administração conhece, participa, apóia, patrocina e cobra de
todos envolvidos a realização das mudanças necessárias.
Em muitas empresas, a implementação do TPM é uma iniciativa de níveis hierárquicos
intermediários, sem o devido respaldo da alta administração da empresa. Como resultado,
temos sempre uma limitação muito grande da abrangência, ficando o TPM restrito a
pequenas iniciativas, que são normalmente difíceis de serem mantidas.
Treinamento Introdutório do TPM
O desenvolvimento de novos conhecimentos é a base de
qualquer processo de melhoria.
O passo inicial deve ser a capacitação das pessoas que serão responsáveis pelos processos de
planejamento e coordenação da implementação do TPM.
A Advanced fornece três tipos de treinamento
introdutório ao TPM:
Gestores TPM(24h)- Voltado aos diretores e todos os gerentes
Facilitadores TPM(40h)- Voltados aos Gerentes e Supervisores que participarão do
Processo Inicial de Planejamento e Implementação do TPM
Multiplicadores TPM (32h) - Voltado aos membros dos Times de Implementação do TPM
Os cursos devem possuir conteúdos diferenciados, adequados ao nível funcional dos participantes. É
importante salientar que esses cursos possuem um conteúdo bastante abrangente, porém pouco profundo,
dando uma visão geral de toda e metodologia, capacitando o participante a conduzir apenas a fase
inicial de implementação do TPM.
A partir daí a empresa deverá formar parceria com alguma entidade que domine a metodologia TPM
para prover novos conhecimentos às pessoas a medida que o trabalhos forem evoluindo e a necessidade
de conhecimento mais específicos e profundos forem surgindo.
Criação da Estrutura de Coordenação
Implementar TPM nada mais é do que melhorar a cultura organizacional e otimizar os processos
administrativos e produtivos da empresa. O passo inicial é a definição do papel de cada nível
hierárquico da empresa na implementação do TPM, que deve ser feita Top to Down
(de cima para baixo), sendo iniciada pela atuação da diretoria e do nível gerencial.
O TPM é implementado através das atividades de grupos sobrepostos que envolvem toda a estrutura
funcional da empresa. Existem três grupos, que são responsáveis pela determinação da estratégia,
tática e operacionalização do TPM.
O grupo responsável pela definição da estratégia é denominado Comitê Gestor, que deve ser composto
pela diretoria e gerência da empresa.
O grupo responsável pelo desenvolvimento e adequação da metodologia é denominado sub-comitê.
Devem ser montados oito sub-comitês, sendo cada um responsável pelo desenvolvimento da metodologia
de cada pilar do TPM. Os sub-comitês são compostos pelos níveis gerencial e supervisional da empresa.
A implementação do TPM é feita através dos times operacionais, que devem ser compostos pelos níveis
operacional e supervisional da empresa.
Antes de chegar ao nível operacional, muito trabalho deve ser desenvolvido pelos níveis gerencial e supervisional.
Cuidado muito especial deve ser tomado na estruturação da coordenação, pois um dos erros
mais comuns praticados pela empresas na fase inicial de implementação do TPM é a criação
de uma estrutura paralela dedicada ao TPM. No início isso pode parecer uma boa saída para
evitar sobrecarregar as pessoas, mas com o passar do tempo problemas muito sérios surgirão,
dificultando a incorporação das novas práticas no dia-a-dia das pessoas e, à medida que o
TPM for sendo realmente implementado, essa estrutura perderá sua função.
A Advanced C&T orienta a empresa na maneira correta de montar a estrutura de coordenação
e fornece treinamento diferenciado e adequado ao papel de cada grupo, dentro do seu nível de atuação.
Determinação das Diretrizes, Indicadores e Metas
“Se não sabemos onde queremos chegar, qualquer caminho leva à algum lugar!”
Essa é uma reflexão que nos ajuda a entender a importância dessa etapa.
O senso de imediatismo dos administradores brasileiros, leva a maioria das empresas a
cometer um dos maiores e mais comuns erros, que é iniciar a implementação do TPM pelo
setor de manutenção ou produção, sem que haja um planejamento prévio que deixe claro
os objetivos a serem alcançados com o trabalho.
A atuação de todas as pessoas envolvidas no processo de mudança promovido pelo TPM depende
muito da determinação dos objetivos e metas a serem alcançados com o TPM. Nesse momento,
a empresa deve definir o seu "norte verdadeiro", que será o norte de todas as atividades
dos pilares do TPM e de todas as pessoas envolvidas.
Um erro muito comum, cometido pelas empresas em fase inicial de implementação do TPM, é achar
que as diretrizes do TPM dizem respeito apenas aos resultados do setor de manutenção.
As diretrizes do TPM nada mais são do que as diretrizes da própria empresa para se manter
e destacar no seu mercado. Essa é uma etapa que definirá o nível de abrangência do TPM.
Quanto mais elevado for o nível da diretriz, maior será a abrangência do TPM e maior será
a sua importância para a empresa.
Muitas iniciativas de mudança de processos administrativos não deram em nada devido à falta
objetividade e de meios para medir a sua evolução. Cabe aos diretores e gerentes da empresa,
antes de mais nada, definirem o resultado que esperam com a implementação do TPM, e deve haver
coerência e alinhamento muito forte desses objetivos e metas com o Planejamento Estratégico da empresa.
Empresas que realizam Planejamento Estratégico e utilizam metodologias estruturadas,
como o BSC (Balanced Scorecard), conduzem essa etapa de forma mais natural, alinhando o TPM
aos seus objetivos estratégicos, sendo este o meio para viabilizar e consolidar seus resultados.
Preparação do Master Plan de implementação do TPM
"Vários caminhos podem levar ao mesmo lugar." Essa é outra reflexão que devemos fazer quando
iniciarmos a quinta etapa de implementação do TPM.
Nessa etapa é feita a preparação do Master Plan, ou Plano Macro de implementação do TPM.
Trata-se da etapa mais importante, onde a empresa definirá as atividades a serem realizadas
e os recursos necessários para que os objetivos e metas que foram determinados na etapa anterior sejam atingidos.
O tempo de implementação depende muito da empresa e do suporte que esteja recebendo.
Com base em nossa experiência, havendo determinação e empenho por parte do cliente,
o tempo estimado de conclusão das doze etapas é de dois anos. A figura abaixo mostra o
tempo estimado de desenvolvimento de cada etapa.
Para garantir o sucesso da implementação do TPM, além da determinação da empresa, é fundamental
contar com o auxílo de quem tenha conhecimento e experiência em todo o processo de implementação
do TPM. Um erro ocorrido na fase de planejamento pode ser multiplicado por dez na fase de
implementação. O desconhecimento dos obstáculos existentes pelo caminho podem fazer com que
as pessoas percam o rumo e tentem encontrar suas próprias soluções para os problemas que aparecem.
Isso, em muitos casos, provoca grandes desvios da metodologia TPM, causando um fenômeno chamado
de "false start" (onde a empresa acredita estar implementado o TPM, porém os esforços são muito
superiores aos resultados alcançados), provocando queda na motivação das pessoas e distorções na
implementação. Esse fenômeno causado por problemas na etapa de planejamento faz com que muitas
empresas e empresários brasileiros tenham verdadeira aversão ao TPM.
A figura abaixo ilustra o fenômeno "false start" e as suas principais causas.
A implementação do TPM deve ser um processo auto-sustentável, onde parte dos recursos economizados
com a redução de perdas sejam revertidos para a melhoria do processo de implementação.
"Pontapé Inicial" do TPM
As cinco etapas anteriores certamente demandam tempo para serem realizadas e pouco interferem no
resultado da empresa. Se ficarmos parado, a ansiedade natural das pessoas as levará a ter a
impressão que o TPM é um processo muito burocrático, que nada de concreto trouxe à empresa.
Nesse intervalo de tempo, desde a etapa de capacitação, tem início o desenvolvimento das
atividades TPM em um processo piloto, com uma equipe restrita. Ao final do sexto ao oitavo mês,
que é normalmente o tempo utilizado para concluir a quinta etapa, muita iniciativas interessantes
já foram desenvolvidas no processo piloto, trazendo melhorias ao resultado, e muito material já
foi preparado para ser utilizado no processo de expansão (rollout) do TPM.
A cerimônia do "pontapé inicial", ou kickoff, em inglês, é uma cerimônia conduzida pela alta
direção da empresa, para mostrar a todos os colaboradores e parceiros o seu comprometimento com
o TPM e apresentar o trabalho de planejamento realizado nas etapas anteriores, bem como os
objetivos futuros e expectativas da empresa com a melhoria da forma de trabalhar de cada um
dos colaboradores e, consequentemente, com a melhoria do resultado da empresa.
Nesse dia memorável, a equipe do processo piloto apresenta o trabalho que realizaram
e o resultado que obtiveram com o TPM até o momento. Isso é um fator motivacional muito
forte para as demais equipes tenham interesse em iniciar o TPM em suas áreas.
Melhoria do Desempenho do Processo Produtivo
A partir desse dia, temos a expansão do TPM a todos os setores da empresa,
de acordo com a priorização definida na quinta etapa. O início da implementação
é feita através do desenvolvimento simultâneo das atividades dos quatro pilares
prioritários, responsáveis pela melhoria do desempenho do processo produtivo:
Melhorias Específicas, Educação & Treinamento, Manutenção Planejada, Manutenção Autônoma.
Através das Atividades do Pilar Melhorias Específicas a empresa busca desenvolver um sistema
integrado de gerenciamento de dados, que norteará as atividades de todos os pilares.
A determinação dos indicadores de desempenho corretos, no momento correto, é um fator determinante
ao sucesso da implementação do TPM.
O foco principal desse pilar, na fase inicial de implementação do TPM, é a elevação da Eficiência
Global dos Equipamentos (OEE), através da redução das sete perdas dos equipamentos. Com a evolução do TPM,
o foco passa a ser a melhoria da Eficiência Global da Produção (OPE), através do tratamento das demais perdas.
As atividades de melhorias específicas são conduzidas por dois tipos de times: Times operacionais (MA e MP)
formados dentro da própria estrutura hierárquica da empresa, e Times Multifuncionais, denominados times de
Melhorias Específicas, ou simplesmente Kaizen.
Os Times de Melhorias específicas trabalham na realização de Kaizen, através do desenvolvimento do
ciclo CAP-Do. Os times de melhorias específicas, ou Kobetsu Kaizen em japonês, são agentes que alavancam
o TPM, devido aos resultados rápidos que proporcionam à empresa. Além das perdas dos equipamentos,
de acordo com o desdobramento das perdas, são formados times de melhoria para atuar na redução de
outras perdas, como consumo de energia, redução de defeitos, redução de custo, etc.
O desenvolvimento de novos conhecimentos e habilidades são a base de qualquer processo de melhoria.
Muitas iniciativas falham devido à falhas no processo de capacitação.
Além dos novos conhecimentos necessários para implementar o TPM, com a inovação tecnológica,
as empresas necessitam que seus recursos humanos estejam cada vez mais capacitados e em condições de
acompanhar essa evolução.
Isso implica na necessidade de estabelecer um sistema de capacitação com duas características:
Dinamismo e Foco. As atividades de Educação & Treinamento dentro do TPM têm essas características
pois buscam capacitar as pessoas ao desempenho de suas funções, e são conduzidas e revisadas diariamente,
sendo uma rotina, objetivando prevenir a ocorrência dos problemas gerados pela falta de capacitação.
A Manutenção Autônoma é o pilar responsável pelo desenvolvimento dos operadores com o
objetivo de torná-los aptos a estabelecerem e manterem as condições Básicas e Operacionais de seus equipamentos.
A principal atribuição dos operadores foi e sempre será operar. Ao contrário do que muitos pensam,
desenvolver a Manutenção Autônoma não é simplesmente criar um check-list e atribuir aos operadores
tarefas de manutenção dos seus equipamentos.
A inclusão dos operadores na Manutenção do Desempenho das Funções dos equipamentos deve ser um processo
planejado e estruturado juntamente com o desenvolvimento das atividades de Manutenção Planejada,
para que a empresa possa ter um retorno efetivo e usufruir dos seus benefícios.
A Manutenção Autônoma é implementada em sete passos e a metodologia de implementação depende das
características do processo produtivo da empresa e do nível de automação, havendo uma forma específica
de desenvolvimento para cada caso.
Todas as empresa que possuem equipamentos fazem algum tipo de manutenção, e muitas se mantém apenas na base
da manutenção corretiva. Isso faz com que muitos pensem que falhas são eventos inevitáveis e os bons
profissionais da manutenção são aqueles com habilidades para realizar reparos rapidamente.
O desenvolvimento da Manutenção Planejada busca quebrar esse paradigma, através da determinação das práticas
de manutenção mais adequada a cada equipamento, objetivando.
Normalmente as empresas antes de iniciarem o TPM fazem muito mais manutenção do que é necessário, porém utilizam
técnica inadequada, no momento errado.
A manutenção Planejada busca o atingimento das diretrizes da manutenção, através da utilização das melhores
práticas de manutenção, visando a manutenção do desempenho das funções desempenhadas pelo equipamento,
dentro dos padrões esperado pela empresa, no processo onde está inserido. É implementada em sete passos,
simultaneamente à manutenção autônoma.
Após a sétima etapa, o JIPM recomenda uma seqüência para desenvolvimento dos demais pilares do TPM.
O importante é saber que trata-se apenas de uma recomendação e que a melhor seqüência deve ser definida
pela empresa, com base nos objetivos a serem alcançados e no planejamento feito nas etapas anteriores.
Estabelecimento do sistema de preservação da segurança e meio ambiente
Com o início do desenvolvimento da Manutenção Autônoma e da Manutenção Planejada, o nível
de contato dos operadores e mantenedores com o equipamento aumenta. Essa elevação da freqüência
de exposição a perigos, aumenta substancialmente o risco de ocorrência de acidentes.
O Pilar SHE, atua na segurança do trabalho e na utilização sustentável dos recursos ambientais,
objetivando a criação de um ambiente de trabalho e processos produtivos isentos de acidentes
que possam causar danos às pessoas ou ao meio ambiente.
As atividades do pilar SHE devem ser implementadas em paralelo às atividades de Manutenção Autônoma
e Manutenção Planejada e os objetivos em relação à segurança e meio-ambiente devem fazer parte dos
indicadores de desempenho desses pilares.
A obtenção de zero acidentes com afastamento é uma condição fundamental para que a empresa
possa concorrer ao Prêmio PM. Isso mostra a importância dada à garantia da integridade da pessoa
dentro do desenvolvimento do TPM.
Estabelecimento do sistema de manutenção da qualidade
A qualidade de produtos e serviço é um dos principais valores reconhecido pelos clientes.
No TPM, Manutenção da Qualidade significa eliminar completamente as condições geradoras de defeitos.
Isso implica na mudança do conceito de controlar a qualidade através do produto para controle da
qualidade através do processo.
Algumas causas de defeitos são problemas ocorridos da fase de pré-manufatura, como falhas no
projeto do produto, por exemplo, porém o maior percentual de problemas são conseqüências de baixa
precisão de equipamentos e condições instáveis de processamento que ocorrem na fase de manufatura.
A obtenção de zero defeitos depende do entendimento da relação entre as características de qualidade e a
precisão dos equipamentos e condições de processamento.
A definição clara e objetiva da qualidade do produto através da sua especificação e a identificação e
controle dos parâmetros de processo são o caminho inicial da manutenção da qualidade. Esse pilar possui
um estreito relacionamento com os demais, influenciando na forma de condução da Manutenção Autônoma,
Manutenção Planejada, no planejamento e condução do processo de capacitação e na definição de temas de melhoria.
Estabelecimento do Sistema de Melhoria da eficiência dos setores administrativos
Com o desenvolvimento dos cinco pilares prioritários do TPM, as falhas do setor produtivo serão
reduzidas drasticamente. Entre as principais causas das falhas remanescentes teremos os problemas
gerados nos setores administrativos. Nesse momento, o desenvolvimento dos processo administrativos
da empresa passa a ser um fator muito importante para a continuidade da evolução dos resultados do setor produtivo.
Além disso, o desenvolvimento do Pilar Office reduz o lead time da informação, pelo estabelecimento de processos
administrativos enxutos, o que, além de reduzir o custo, dá mais agilidade à empresa no processo de tomada de
decisão.
Além dos benefícios à manufatura, o nível de qualidade dos serviços prestados pela empresa,
como vendas e assistência pós vendas, são profundamente melhorados através do pilar Office TPM.
O desenvolvimento do Pilar Office TPM é feito da mesma forma como foram desenvolvidos os pilares no setor
produtivo. O produto, entretanto, é a informação.O Pilar Office é implementado através das atividades
de Cinco Pilares que são desenvolvidos nos processos administrativos.
Estabelecimento do Sistema de Gestão da Fase Inicial de Equipamentos e Novos Produtos
Num cenário cada vez mais globalizado e competitivo, além da melhor qualidade e do melhor custo,
os clientes buscam nos produtos com novos valores agregados, tornando o mercado mais inovador.
Isso faz com que o ciclo de vida dos produtos seja cada vez mais curto, havendo a necessidade de
desenvolvimento constante de novos produtos para atender ás novas expectativas dos clientes.
Da mesma forma, gera a necessidade de adequação dos processos e dos equipamentos existentes na empresa,
e até de investimento em novos equipamentos, para atender esse processo de constante inovação.
Responder rapidamente às novas necessidades dos clientes tornou-se um diferencial competitivo para as empresas.
O Pilar Controle Inicial eleva o poder de resposta ao mercado, agilizando a concepção de novos produtos.
Empresas que produzem bens de consumo, cujo ciclo de vida é curto são fortemente beneficiadas pelo desenvolvimento do Pilar Controle Inicial.
Esse pilar trabalha no desenvolvimento e estabelecimento da sistemática de gerenciamento da fase
inicial dos equipamentos e dos produtos, buscando identificar e tratar todos os problemas prováveis
de ocorrer desde a identificação da necessidade de novos produtos e equipamentos, até o início da
produção em regime, proporcionando um startup vertical.
A integração dom os demais pilares ocorre através do projeto Maintenance Prevention, ou Prevenção de
Manutenção, que incorpora ao projeto, tanto do produto quanto do equipamento, as melhorias
desenvolvidas anteriormente, adequando o produto às necessidades do cliente e tornando-o mais
fácil de ser produzido e adequando o equipamento às novas tecnologias de fabricação, aos processos
onde estão inseridos e às novas tecnologias e condições operacionais.
Consolidação do TPM
A partir dessa etapa, costumamos dizer que todos os segredos do TPM já foram desvendados e
experimentados pelas pessoas que participaram do seu processo de implementação. Mas isso não
significa que o TPM chegou ao seu limite. O ponto chave, a partir de agora, é garantir o processo
de melhoria contínua e a manutenção do envolvimento de todas as pessoas da empresa na garantia dos
objetivos das pessoas e da empresa.
À medida que as perdas inerentes e não inerentes são reduzidas, as perdas remanescentes serão
aquelas mais difíceis de serem identificadas e tratadas. Melhorias constantes nos processos
administrativos serão necessárias para darem à empresa uma maior consistência administrativa e
produtiva, necessária à manutenção e melhoria contínua do trabalho e dos resultados alcançados.
Nesse momento a empresa deve estar apta a se candidatar ao recebimento do PM Award, mais conhecido como prêmio TPM.
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